Dia Internacional das Mulheres na Engenharia de Produção

 

A data criada pela Women’s Engineering Society (WES) do Reino Unido é um
marco na história da valorização feminina e da equidade de gênero no mercado
de trabalho. Nós, enquanto ABEPRO, não poderíamos ficar de fora dessa
importante celebração e decidimos fazer a seguinte pergunta a algumas
Engenheiras de Produção: Mulher e engenheira: como ocupar os dois papéis?
“Essa é uma pergunta um tanto quanto interessante. Ainda há uma
discrepância de gêneros e simples notar pois sou a única mulher no meu cargo
de design lead, todos os outros são homens. Mas hoje eles não notam mais que
eu sou mulher e eles homens, me tratam de igual para igual. Para conseguir
isso foi com uma receita simples, mas árdua: seja a melhor, vá sempre um
passo à frente do que esperam, assim eles não terão a chance de duvidar de
uma mulher.” Gabriela Exupery (DHL)
“Quando escolhi o curso de Engenharia de Produção nunca pensei muito na
questão de gênero. Escolhi porque gostava de matemática e física, e porque
queria trabalhar em empresas (à época, com 18 anos, não queria ser
professora, pois era a profissão dos meus pais, professores universitários – por
ironia do destino, foi depois a profissão que escolhi e que muito me orgulho).
Durante o curso (feito na UFSCar) tive a sorte de estudar numa turma que havia
quase 50% de mulheres, ou seja, nunca fomos minoria. Na vida profissional
sempre trabalhei com homens, mas também com muitas mulheres, tanto em
cargos semelhantes, quanto subordinados a mim ou superiores. De novo, a
questão de gênero nunca me pareceu problema. Mas devo confessar que a
primeira vez que senti alguma dificuldade foi justamente quando meu filho
nasceu, pois aí as tarefas domésticas e a vontade de dar mais atenção à
família, começaram a pesar. Porém, acredito que isso teria acontecido também
se eu fosse médica, trabalhasse num banco, ou com qualquer outra profissão.
Resumindo, acho que uma mulher pode ocupar os dois papéis de mulher (mãe,
esposa, filha) e de engenheira tranquilamente! Acho inclusive que temos
algumas habilidades de organização, “multitarefas” que nos trazem algumas
vantagens. Como professora hoje vejo estudantes mulheres que se destacam
no curso e que com certeza se destacarão também na vida professional, é só
uma questão de vontade e organização pessoal.” Lucila Campos (UFSC)
“Na minha área de atuação (Ergonomia em uma multinacional) já consigo ver a
mulher ocupando diversos setores e profissões (engenharia, jurídico, saúde
ocupacional, controladoria, compras, RH, entre outros). Portanto, eu acredito
que a mulher hoje em dia, independente da profissão, consegue ocupar o papel
que quiser e se destacar em sua escolha” Manoela Lahoz (Samsung)
“Essa pergunta me gerou uma série de reflexões, sendo a primeira delas a
seguinte: alguém perguntaria isso a um homem? Acredito que não… o que
mostra que ainda temos um longo caminho a percorrer para mudarmos a
realidade em que vivemos (ser interrompida no meio das falas em reuniões, ser
menos valorizada técnica e financeiramente, ser a única mulher no recinto…).
De qualquer sorte, enquanto a mudança não se consolida, na minha ótica, a
melhor forma de enfrentar o questionamento do título do texto é, justamente,
entender que não existem dois papéis. O papel é um só: ser mulher e ser
engenheira são circunstâncias que se fundem na pessoa que desempenha a
atividade e que, como em qualquer meio, batalha para conquistar um lugar
permanente à mesa, um lugar que seja justo e permita o desenvolvimento
pessoal e profissional, um lugar que, enfim, seja da mulher engenheira. Aline
Dresch (Consultora e Professora)
“Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o
número de mulheres formadas na Engenharia de Produção tem aumentado
especialmente nos últimos 3 anos. Contudo, ainda se observam oportunidades,
como redução da diferença salarial entre homens e mulheres e ocupação
destas em cargos de liderança. A Associação Brasileira de Engenharia de
Produção (ABEPRO) tem trabalhado no incentivo feminino na área com
palestras sobre o tema em seus congressos nacionais. Além disso, estará
lançando 2 projetos em seus núcleos, como o ABJ Women Mentoring e a Série
Mulheres que Produzem. O primeiro irá desenvolver as habilidades
comportamentais das meninas que compõe a ABEPRO Jovem para cargos de
liderança, e o segundo, apresentar nas redes sociais Engenheiras de Produção
já atuantes no mercado que são referência.” Cristiane Pimentel (Professora na
UFRB)
“A vida me trouxe a Engenharia há mais de 30 anos e desde então tenho
acumulado experiências muito enriquecedoras, profissionalmente e
pessoalmente.
Engenheiras em sua maioria levam para o dia a dia
profissional sua
preocupação com o desenvolvimento de pessoas, com seu papel inspirador e
propósito de vida, com o legado que querem deixar para suas
equipes e
empresas que as reconhecem em todo seu potencial.
Em minha trajetória profissional, tive a benção de conseguir conciliar
naturalmente minha familia e equipes que acabaram por se constituir, de fato,
em uma segunda família.
Busquei sempre estimular um ambiente de confiança e espírito colaborativo
que reforçasse a paixão pelo que fazia, e desta forma, enfrentar desafios com
resiliência e conquistar novos espaços tornaram-se consequências de atitudes
que sempre valorizei.” Alexandra Motta (Diretora de Vendas e Marketing para
América do Sul – TE Connectivity)

 

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